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Non Nobis, Domine, Non Nobis, Sed Nomini Tuo da Gloriam

– Intuição

 

Para o homem comum, “Intuição” é um dom com que se nasce. Enquanto que para os supersticiosos, “Intuição” tem qualquer coisa de místico e de sobrenatural. Pelo que o conceito de “Intuição” tem diferentes maneiras de compreensão, dependendo da vivência de cada um. Á partida, não precisamos de ser mágicos, ou sermos possuidores de fórmulas e poderes sobrenaturais para termos a capacidade de intuir, uma vez que basta, no dia a dia, estarmos atentos e de mente aberta a tudo o que à nossa volta acontece.

 

Muitos de vós, provavelmente, já tiveram aquele “clarão” que os iluminou para a solução dum problema difícil de resolver, ou até mesmo já tiveram aquela sensação de que “alguma coisa no vosso interior vos disse” para agirem desta ou daquela maneira. Se já tiveram estas sensações, podem crer que estas foram manifestações da vossa “Intuição” e, não obra do “Além”.

 

Por exemplo, se tivermos a “Intuição” de que vai ocorrer um acidente, esta “Intuição” resulta apenas de um conhecimento interno sobre possibilidades, não significa que de facto  que vá ocorrer um acidente. Por sua vez, se esta “Intuição” estiver associada ao medo, então passámos a ter um pressentimento e não uma “Intuição”. Porém, se tivesse ocorrido algo de ocasional e diferente do habitual, como por exemplo, um atraso do transporte para o aeroporto, ou no baste houvesse o derrame acidental de uma chávena de café na roupa, e se a estes incidentes fosse interpretado que era um sinal para não viajarmos, então tratava-se de um presságio. E, um presságio é precisamente o contrário de “Intuição”, uma vez que o “presságio” não comporta nenhum fundamento lógico. Pois, baseia-se mais em medos e em superstições do que em conhecimentos e em factos observados.

 

Assim, não é fácil conceituarmos “Intuição”. Se consultarmos o dicionário Universal da Língua Portuguesa, da Texto Editora, encontramos algo do tipo: “acção de intuir; discernimento; pressentimento; visão beatífica; percepção directa, clara e imediata de uma verdade, sem o auxílio do raciocínio”. E, através desta conceitualização, fica-nos a impressão de que “Intuição”, “pressentimento” e “presságio”, são tudo a mesma coisa, pois vêem o fenómeno da mesma maneira. Então, resta-nos analisar a origem da palavra “Intuição”, para chegarmos a uma conceitualização mais fidedigna com o fenómeno. Ora bem, sabemos que a palavra “Intuição” vem do latimintuire, que significa “ver por dentro”. Todavia, pelo exemplo que  ffoi exposto, verificamos que o conceito de “Intuição” é muito mais vasto do que o conceito associado à palavra, uma vez que como foi referido, este varia de acordo com a linha de pensamento. Por conseguinte, se recorrermos ainda ao exemplo dado, podemos conceptualizar que “Intuição” é algo que nos é revelado subitamente e de forma inconsciente, o que nos dá a ilusão de que “Intuição” é atemporal e metafísico, quando na realidade tratou-se apenas da conclusão súbita de algo que já estava pensado num processo lógico e muito bem definido.

 

Quanto à importância da “Intuição” na Vida, mesmo tendo como pressuposto que é um acto gerado na base de um fundamento lógico, não quer dizer que esta esteja sempre certa. Pelo que deve ser encarada, como mais uma forma de prevermos possibilidades. No entanto, pelo facto do conceito condensar uma série de conhecimentos, podemos considerar a “Intuição” como sendo uma forma de encontrarmos soluções, com uma grande probabilidade de estarem certas. Aliás, podemos reconhecer a importância de termos a capacidade de intuir, em muitos aspectos da Vida, nomeadamente, na ciência positivista, uma vez que circulam muitas histórias sobre teorias científicas, que tiveram o seu inicio a partir de uma “Intuição”, para num segundo momento serem testadas pelo método científico, o que não deixa de nos surpreender, uma vez que a “Intuição” é gerada por um processo eminentemente interno e, por conseguinte, não pode ser estudada pelo método científico convencional. Na verdade, “Intuição” é um fenómeno mais consentâneo com o estudo filosófico, e não pelo estudo reservado à ciência positivista, a qual só admite como “verdade”, aquela que foi observada e analisada objectivamente.

 

Por outro lado, temos que ter em consideração que as emoções são o meio etéreo por onde vagam as nossas “Intuições”. A raiva, a angústia, a ansiedade, a tristeza, formam barreiras que impedem o livre-trânsito das soluções intuitivas que todos possuímos, uns mais, outros menos.

 

Mas, para conseguirmos entender o que a “Intuição” nos diz, precisamos calar o “ruído” que as emoções negativas nos produzem. Com o espírito tranquilo e a autoconfiança em acção, podemos não só compreender a nossa linguagem intuitiva, como também podemos desenvolver a devida coragem para seguirmos os nossos próprios instintos.

 

Assim, escolher uma atitude positiva frente à Vida; acreditar sempre que é possível a superação de todos os obstáculos; e entre as diferentes emoções eleger a mais criativa e confiante, as consequências dessas atitudes só poderão ser uma Vida mais rica, feliz e plena.

 

OP